Você tem mesmo \”dedo podre\” para homens?

Esse não é o texto original que eu escrevi para ser o primeiro do novo site, assim como o primeiro de 2021. O texto que escrevi narra um pouco da história do meu último relacionamento. Chama-se \”O último golpe do macho que fingiu ser príncipe.

Só pelo título vocês podem imaginar que bom não foi. Na verdade foi muito bom que acabou e pude voltar a respirar aliviada depois de um tempo. E, como sempre, tirei lições valiosas dessa curta, intensa, tóxica e abusiva relação. Ops! Tóxica? Outra vez?

É exatamente esse o motivo pelo qual resolvi mudar a direção do artigo. Bem, na verdade são duas as razões. A primeira é que não quero dar mais um espaço para o escroto na minha vida. A segunda é o fato de não ter sido essa a minha primeira relação abusiva. Mas foi sem dúvida a mais cruel e perturbadora.

Pra quem estiver interessado em saber o quê foi essa relação faço relatos, dessa e de outras também, nas redes sociais da Cinderela.

Aqui vou apenas fazer um resumo. No primeiro mês o cara agiu como um Lord. Prestativo, estava sempre se colocando como a pessoa mais altruísta do mundo. Romântico, dizendo que havia uma conexão, que esperava poder me fazer feliz e que finalmente havia encontrado alguém para se dedicar. Autoconsciente, admitindo que errou no passado mas que eu fazia com que ele quisesse ser melhor.

Minha experiência e intuição me disseram que havia algo errado ali, desde o primeiro dia. Mas, achei que era muito cedo pra tirar conclusões, talvez fosse melhor esperar. Mal sabia eu que as manipulaçoes já haviam começado e que pouco tempo depois o comportamento mudaria da noite pro dia, literalmente. Ele iria se distanciar e se reaproximar, fazendo com que eu ficasse confusa, esperando que o cara que eu conheci estivesse ali em algum lugar. Faria com que eu questionasse os meus conceitos de relação, racionalidade e intuiçoes. Imputaria a mim a culpa pelo seu comportamento, não admitindo sequer um traição ou mentira. Agiria como um cara atencioso e carinhoso quando percebesse que eu estava me afastando. Perceberia que eu estava paralisada, com as energias esgotadas e intensificaria os abusos. Distoceria a realidade por ciúme, insegurança o qualquer coisa que pudesse usar pra justificar suas atitudes. E, após finalmente eu ter conseguido sair da relação para que pudesse continuar a me olhar no espelho, ele me tortuaria com mensagens, questionando o meu posicionamento.

Demorei para me libertar psicologicamente dessa relação. A culpa por ter permanecido ali desde a primeira mudança, desde o momento em que senti que aquela relaçao estava mexendo com a minha paz e segurança era enorme. Afinal, eu já havia passado por duas outras relações tóxicas. Mas por quê eu sentia que aquela tinha me maltrado mais do que qualquer outra?

Foi só então, depois de começar a ler sobre o assunto é que percebi, de forma instantânea, que eu havia me relacionado com um narcisista. E nesse caso, princesas e príncipes, a mais forte e mais experiente das mulheres pode estar sujeita a cair na mão de uma pessoa inescrupulosa como é um narcisista. Basta que eles percebam alguma vulnerabilidade e que você esteja um pouco distraída de si mesma.

Eles são egoístas, mentirosos, manipuladores, compulsivos e crueis. Deixam frequentemente um rastro de destruição por onde passam.

Os meu exes, coitados, são fichinhas perto desse espécime de ser humano. Eles eram apenas homens inseguros, possessivos e machistas. Não estou querendo minimizar ou justificar os abusos sofridos naquelas relações, de forma alguma. É só um modo de exemplificar a nocividade de um narcisista.

Nada que eu tivesse vivido anteriormente me preparou para aquela relação. Mas muito da minha busca por mim mesma ao longo da vida me preparou pra me recuperar depois dela.

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