Contando o mesmo conto, de novo…
Cinderela conhece um Príncipe, super interessado nela, carinhoso e aparentemente sem medo de demonstrar sentimentos. Cinderela, destemida e segura de si, expressa-se, mas não deixa de ser ela mesma e segue sua vida normal. Sai com os amigos, sai sozinha, faz o que dá na telha, mas respeitando a ela mesma e ao Príncipe. Em menos de duas semanas o príncipe já começa a mudar. Já não é mais tão romântico, já nem se importa mais em responder as mensagens. Cinderela começa a pensar o que haveria ocorrido para que isso acontecesse. Pensa se foi porquê ela foi carinhosa demais para os padrões de uma cultura muito diferente da dela, pensa se foi porquê ela foi ela mesma demais, pensa. E pensa demais. Até que cansa de tanto pensar, perde a pouca paciência que tem e quando está prestes a mandar o novo Príncipe tomar no cú, respira, se acalma e percebe que, como em outras vezes, esse cara talvez fosse só mais um cara normal, legal, mas não a pessoa especial que ela quis acreditar que ele fosse. Que talvez ela estivesse novamente e inconscientemente indo pelo caminho mais fácil, procurando aquele que fosse cuidar e estar ali quando ela precisasse.
Não que querer alguém que cuide da gente, queira bem e seja um parceiro presente seja errado. Jamais! Somos Princesas, imperfeitas, mas mulheres incríveis, merecedoras de todo carinho e zelo que alguém possa nos dar. Mas às vezes, sem perceber, acabamos procurando alguém que faça o nosso \”trabalho\” na vida por nós. Quero dizer, alguém que num momento de indecisão te fale pra fazer assim ou assado. Que num dia de cansaço te busque ou te leve em algum lugar porque senão você nem iria. Alguém que num momento de estresse te abrace e te diga que vai ficar tudo bem porque você mesma esqueceu por um minuto da sua fé e acha que não consegue fazer isso sozinha. Mas é pre-ci-so! Sim, porque se deixarmos alguém assumir importantes responsabilidades como essas na nossa vida, quando menos percebermos não estaremos mais agindo por nós mesmas e podemos estar de novo entrando em um outro relacionamento com um novo Príncipe Encantado – aquele, o perfeito, e desse a gente tá correndo não é mesmo!? Porque com esse a gente não pode ser a gente mesma, a gente também tem que ser perfeita.
Então o que fazer? Pegue a sua espada (sim, mulheres podem lutar e ter suas próprias armas para fazer isso) identifique os dragões a sua volta e lide com eles da melhor maneira que puder. Adestre-os, espante-os pra puta que os pariu, tome uma cerveja com eles ou somente ignore-os, o que quer que te faça sentir que a escolha de como trata-los, no fim das contas, foi sua e que foi a melhor pra você, mas não dê esse poder a ninguém.
Quanto ao novo Príncipe, que você achou que era especial, faça o mesmo. Se lhe convém e você consegue separar as coisas, mantenha uma amizade, colorida ou não, de novo: a escolha é sua. Senão, próximo! A vida é curta e nosso tempo é precioso, passemos com pessoas que valorizam a nossa companhia tanto quanto nós as delas.
E caia no mundo, Princesa, ele é grande e cheio de oportunidades, comece escolhendo como enfrentar você mesma os seus dragões.