\”Essa história de ter que dividir conta com homem, queimar sutiã e cara que não abre a porta do carro no primeiro encontro não é para mim não! Eu sou machista!\”
Conhecem alguém que pensa dessa forma ou já falou algo do tipo? Vamos imaginar que esse é um grupo de Mulheres Machistas Assumidas e levante a mão se você é ou já foi uma delas.
Não tenha vergonha. Essa é uma sala na qual julgamentos não serão permitidos. Eu começo então ????
Já fui uma delas! Do tipo \”desinformada\” que acreditava num feminismo separatista e radical que prega ódio aos homens ou no qual as mulheres querem ser iguais a eles. Controverso não é mesmo?!
Como querer ser igual a alguém que você odeia? Ou ter atitudes semelhantes àquelas que te fazem ou fizeram mal?
É interessante olhar para trás e perceber que o quê me fazia ser contra o feminismo era na realidade as mesmas mesmas razões pelas quais eu SEMPRE fui feminista.
Ser respeitada, bem tratada, ter de fato o direito de ser livre e não julgada pelas minhas roupas ou posicionamentos é exatamente pelo o quê o Feminismo luta.
Ainda pequena eu ficava puta por ser excluída de brincadeiras ou jogos por serem considerados de meninos. Angustiava-me quando era silenciada por dar a minha opinião em meio a figuras de poder como pessoas mais velhas e professores. Sentia-me rejeitada por ser magrela, enquanto as revistas de moda postavam garotas do tipo gostosona em suas capas, estabelecendo um padrão de beleza que a grande maioria dos meninos desejava.
Se já sentiu algo parecido, qualquer sensação de desprezo ou maltrato, teve sua liberdade cerceada de alguma forma e isso te levou a uma indignação VOCÊ É FEMINISTA!
Calma, você vai ficar bem. Na verdade, assumir quem você é e reconhecer a necessidade de lutar pelo direito de sê-lo te dará independência e força extraordinárias para se posicionar frente aos obstáculos da vida.
Assim como identificar os conceitos machistas colocados na sua cabeça ao longo de uma vida inteira e que, infelizmente, guiaram grande parte das suas atitudes, comportamentos, hábitos e pensamentos.
Os mesmos que agora podem fazer com que o feminismo pareça uma ameaça à você. Então eu não posso casar? Eu tenho que deixar os pêlos crescerem? Parar de usar sutiã? Largar a academia?
Não, você não tem que fazer nada que você não queira e é exatamente esse o ponto. O que VOCÊ REALMENTE QUER?
O feminismo ainda assusta e muito, porque devolve à mulher um poder que a sociedade patriarcal e machista vem lhe tirando: a liberdade.
Uma vez que você se conscientiza disso tudo seu posicionamento passará a ser uma questão de escolha e não determinações veladas de um mundo que nos limita, padroniza e diz quem devemos ser.
Esqueça bobagens que lhe são contadas sobre sermos contra o casamento, contra maquiagem, contra exercícios físicos ou qualquer outra coisa que verdadeiramente te agrade.
Somos contra a manipulação masculina, os padrões de beleza impostos às mulheres de maneira brutal e muitas vezes mortal para que agradem aos homens. Somos contra uma sociedade que estipula o casamento heterosexual como modelo de família e de felicidade. Somos contra as diferenças salariais entre homens e mulheres nos mesmos cargos. Somos contra pílulas anticoncepcionais que destrõem o corpo da mulher quando é o homem quem tem o maior potencial reprodutivo. Somos contra a opressão, a favor da conscientização da limitação dos nossos direitos, sendo o principal deles o de escolher.
Não negue a si mesma a liberdade que lhe é natural e lhe foi concedida ao nascer. Não bloqueie a sua sabedoria intuitiva, nata do ser mulher para satisfazer padrões arcaicos e patriarcais. Isso não te fará verdadeiramente feliz.
Não somos nem queremos ser iguais aos homens. Somos seres livres e queremos exercer de fato esse direito.
Pense nisso, informe-se!