Ano Novo, vida… longa!

Apesar de estar começando fortemente a acreditar em inferno astral e não ter os pensamentos muito no lugar desde a passagem do Natal não tinha como não pensar nos meus desejos de ano novo quando o 31 de Dezembro bateu à minha porta.
O único problema é que, como no ano anterior, eu não sabia muito bem o que pedir. Um Green Card talvez? Ganhar na Mega Million ou no Power Ball? Ah sim, seria fantástico! Mas com a minha personalidade um tanto quanto subjetiva e cheia de vontade de viver intensamente, pedir coisas materiais nunca foi a minha praia. Não que não as queira. Lonnnge de mim não desejar ser rica para viver escrevendo e curtindo a vida ao lado de todos que amo e daqueles que nem conheço também rs. Mas pedir felicidade, amor e paz, embora pareçam votos repetitivos e banais de uma tia mais velha, sempre fizeram-me sentir mais conectada com o Universo na hora da virada do que qualquer outra coisa. E, qualquer que seja a sua crença, cada um sabe dentro de si o que te conecta com aquilo que rege a sua fé.
Aliás, fé, é algo que só comecei a ter depois que me separei do Príncipe Encantado. Não, não foi religião nenhuma que a trouxe pra mim num momento de desespero. Não sei nem se tenho palavras para explicar como comecei a ter fé (tive um certo trabalhinho para colocar esse capítulo no livro que estou escrevendo, para ser sincera rs). Acho que no meu caso foi questão de sobrevivência mesmo, de num momento de intensa dor acreditar que havia algo dentro de mim que era capaz de mudar a minha realidade. E, assim, mais fácil do que eu sequer poderia imaginar, as coisas começaram a mudar e eu com elas.
Ainda há muito para mudar em mim, ainda há muito o que querer e o que viver. Mas nos últimos dois anos não quis nem pedir os votos de sempre na passagem do ano. Só quis passar. Só quis comemorar e desejar Happy New Year àqueles que estavam a minha volta e, a eles sim, os votos repetitivos e banais que considero tão importantes.
Achei que não querer pedir nada era uma consequência do meu inferno astral, que me deixa triste e pensativa por nada às vezes. No entanto, acabei percebendo que o meu momento introspectivo não tinha nada a ver com os meus votos de ano novo. A verdade é que eu não tinha nada mesmo pra pedir.
Posso dizer que nunca me senti tão cheia de amor como nos últimos dois anos. Apesar da distância da família, nunca me senti tão amada por eles e nunca os amei tanto quanto agora. Também nunca amei a mim mesma e me desejei tão bem como hoje. Sim, ainda sou crítica comigo e rasgar a calça jeans depois do Natal ao tentar vesti-la foi um ultimato na minha relação com o açúcar (cheguei à triste conclusão que devemos mesmo seguir separados a partir de 2019, para o bem da minha saúde mental principalmente rs). Mas nem isso abalou a minha confiança e autoestima e mesmo o meu auto criticismo vem criticando a si mesmo rs.
Nunca fui tão feliz. Consigo ver beleza em quase tudo, até nas cagadas que eu faço. Eu, que sempre amei rir, encontrei um lugar dentro de mim mesma no qual não consigo mais parar de fazê-lo.
E certamente também posso dizer que nunca, mas nunca mesmo, apesar dos meus momentos de extrema ansiedade e noites turbulentas, com os pensamentos atropelando as emoções na maioria das vezes, me senti tão em paz comigo mesma, com a vida que levei e com as escolhas que venho fazendo como agora. Ou, poderia dizer, com as coisas e situações que vêm me escolhendo, porque, ironicamente, às vezes tenho a nítida sensação de que é a vida que vem me dizendo o que fazer, justo eu, que passei a vida tentando controlá-la rs.
Não tenho realmente nada o que pedir. Vida nova? Pra quê? Pra quem? Eu quero essa velha mesmo, que nos tropeços e acasos, que nunca são por acaso, vem encontrando recomeços e significado para tudo que aparentemente possa não fazer o menor sentido.
Quero mais é poder continuar errando e desagradando, se assim for pra ser. Caindo e levantando, mas dançando, porque eu sou eu né. Sorrindo, mas chorando de vez em quando, pra lembrar a mim mesma da minha natureza humana e sensível.
Ano novo, vida longa! Para continuar sendo feliz e amando, em paz. 

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